O que é o Ramadã?

O que é o Ramadã?

 

O Ramadã é o nono mês do calendário islâmico, no qual se acredita que o profeta Maomé recebeu a revelação da parte de Alá, por meio do anjo Gabriel, dos primeiros versos do Alcorão. De acordo com o islamismo, Maomé estava andando em um deserto perto de Meca em 610 d.C. Isso aconteceu onde atualmente localiza-se a Arábia Saudita. Certa noite, uma voz vinda do céu o chamou. Segundo a tradição foi a voz do anjo Gabriel que falou que Maomé tinha sido escolhido para receber a palavra de Alá. Nos dias posteriores, Maomé começou a falar os versos que seriam transcritos, compondo o Alcorão.

A cada ano, o início do Ramadã é baseado na combinação das observações da Lua e em cálculos astronômicos. O término do Ramadã é determinado de maneira semelhante. Pelo fato de o islamismo usar um calendário lunar, o início e término deste período de jejum varia de ano para ano, podendo ser realizado em diferentes meses e estações. Em 2011, o Ramadã será celebrado do dia 1º a 30 de agosto.

O calendário lunar é baseado na observação das fases da Lua, em que o início de cada mês é identificado com a visão de uma nova Lua. Este calendário tem cerca de 11 dias a menos que o calendário solar usado na maior parte do mundo ocidental. Portanto, o Ramadã é um dos mais tradicionais e importantes eventos anuais para os muçulmanos e compõe um dos cinco pilares (Shahada – profissão de fé, Salah – cinco orações diárias, Sakat – caridades, Ramadã/Suam – jejum e Hajj – peregrinação a Meca), ou obrigações, da fé islâmica.

As implicações do Ramadã nos pobres

 

O aumento dos preços dos direitos comuns, tais como alimentos para animais e outras necessidades diárias em países muçulmanos durante o mês de jejum, acrescentam um enorme sofrimento para o povo pobre. Os muçulmanos consomem mais alimentos e artigos de luxo durante o ramadã do que em outras épocas do ano.  Um homem em jejum vai consumir mais alimentos no total do que um homem que não está em jejum na mesma família.  Devido à alta procura desses alimentos e artigos os governos aumentam a oferta dos gêneros e consequentemente os comerciantes não conseguem manter os preços baixos. Além disso, nessa época muitos muçulmanos costumam chegar mais tarde e sair mais cedo do trabalho.

Este ano, o Ramadã acontecerá do dia 1º ao dia 30 de agosto.

 

O ramadã e os cristãos

 
 

 O jejum do Ramadã traz muitas implicações e desafios para aqueles que vivem em um país muçulmano e não pertencem à religião islâmica, especialmente para os cristãos. Durante esse período de jejum (que este ano é de 1º a 30 de agosto) são registrados inúmeros casos de intolerância religiosa contra aqueles que professam qualquer outra fé e que não estejam se abstendo de alimentos.

Esta época também é uma oportunidade de muitos cristãos testemunharem do amor de Deus e da salvação em Cristo, já que muitos deles acabam sendo convidados para as festas e confraternizações ao final do jejum.

Por isso, a Portas Abertas convoca todos os cristãos brasileiros a orarem e intercederem por seus irmãos em Cristo que vivem no que chamamos de “mundo muçulmano”.

Ritual obrigatório

O jejum (ramadã) é obrigatório em muitos países de maioria muçulmana ou islâmicos; por isso, ninguém pode declarar em público que não está jejuando durante este mês sagrado. Sendo o jejum um dos pilares do islamismo, os sábios muçulmanos consideram um dos pecados mais graves deixar de jejuar, mesmo que seja apenas por um dia do ramadã. Os rigores do ramadã geram em muitos fiéis frustração e zelo islâmico exacerbado. Em comunidades e cidades sob forte tensão religiosa, o último dia do ramadã gera, muitas vezes, extrema violência.

No pré-islamismo, o Ramadã foi oficialmente um mês de paz, quando as caravanas poderiam viajar desarmadas. Com os muçulmanos em declínio, Maomé decidiu agir atacando uma caravana desarmada durante o ramadã. Quando os árabes protestaram, dizendo que a guerra no mês sagrado era uma “grande transgressão”, Maomé teve uma “revelação” e declarou ser pecado qualquer coisa que pudesse abalar a fé de um muçulmano. Aquele foi o pior derramamento de sangue registrado na região até então (Sura 2:216 – 217). Atualmente, os fundamentalistas islâmicos do Egito, Paquistão, Indonésia, Argélia, entre outros, rotineiramente rivalizam com Maomé e praticam a sua jihad (guerra santa) durante o ramadã.

Muitos ataques a igrejas e cidadãos cristãos costumam acontecer nos últimos dias do Ramadã.

Na noite do 26º para o 27º dia do Ramadã, celebra-se o laylat al-kadr (noite do decreto), pois acredita-se que foi nessa noite que Alá começou a falar com Maomé. Alguns oram durante toda a noite e fazem seus pedidos mais especiais. No fim do jejum ocorre o eid ul-fitr, um banquete seguido de três dias de comemoração. É proibido jejuar nesse período. Muitos muçulmanos vestem suas melhores roupas e decoram suas casas com luzes e outros enfeites. Dívidas antigas são perdoadas e dinheiro é dado aos pobres. Alimentos especiais são preparados e amigos ou parentes são convidados a partilhar a festa. Presentes e cartões são trocados e as crianças recebem presentes, algo semelhante ao Natal comemorado nos países do Ocidente.

Hadith: “Todo aquele que quebrar o jejum, mesmo por um dia, durante o Ramadã sem uma boa razão, nem mesmo toda a eternidade pode compensar”.

 Penalidades, multas e prisões

Em muitos países do mundo muçulmano não praticar o jejum ou comer na frente de alguém que está jejuando é uma falta grave. Na Arábia Saudita, por exemplo, quem ousar admitir que não está jejuando é punido.

No Marrocos o código penal prevê pena de até seis meses de prisão a quem não praticar o jejum. A Constituição marroquina ressalta que o islamismo é a religião oficial, mas diz também que o Estado protege a liberdade religiosa, enquanto o código penal criminaliza a quebra do jejum em público. Dessa forma, os indivíduos são obrigados a praticar o Ramadã de duas formas: pela lei e pela religião.

Na Argélia, por exemplo, em outubro de 2008, seis pessoas foram condenadas a quatro anos de cadeia e receberam pesadas multas. No Kuwait, uma lei de 1968 estipula multa e/ou encarceramento para aqueles que forem flagrados comendo, bebendo ou mesmo fumando durante o período sagrado do Ramadã. Nos Emirados Árabes Unidos, comer ou beber durante o dia é considerado uma ofensa menor e punida com serviços comunitários. Nos Emirados, as leis trabalhistas estabelecem que durante o Ramadã os empregados devem trabalhar apenas seis horas por dia, sejam eles muçulmanos ou não.

Campanha de 50 dias de oração pelos países do Oriente Médio

O mundo acompanhou no inicio de 2011 vários conflitos que levaram presidentes de nações como a Tunísia e o Egito a deixarem os cargos que ocupavam há décadas. Países como Iêmen, Jordânia, Líbia e outros do Oriente Médio também enfrentaram protestos contra seus governantes, o que obrigou alguns deles a mudar cargos e gabinetes.

Nessas nações existem milhares de cristãos que, além de enfrentar problemas sociais como a miséria, enfrentam questões muito mais complicadas pelo simples fato de serem cristãos. A sociedade, o governo e os familiares os perseguem e rejeitam sua opção religiosa, principalmente quando eles deixam o islamismo para se tornarem cristãos. Em alguns países, essa escolha é considerada crime passível de morte. Mesmo assim, muitos estão se convertendo e experimentando uma vida com Cristo.

Para que esses nossos irmãos não desanimem, eles precisam de nossa intercessão. Precisamos orar para que as mudanças favoreçam a liberdade religiosa, pois dependendo de quem governar países como o Egito, as minorias podem ter seus já limitados direitos completamente violados. Vamos nos unir em oração nesse momento importante para a História da humanidade e para o Corpo de Cristo.

 

BAIXE AQUI A CAMPANHA DE ORAÇÃO