Os resultados

Os resultados

“Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de se
arrancar o que se plantou” (Ec 3:2)
No livro de Eclesiastes, Salomão fala sobre as obrigações e problemas do
cotidiano do homem; fala também de como o homem é movido por sua própria
vaidade. Ele cita que há um tempo determinado para tudo e, por isso, devemos ter
paciência. Com o evangelismo não é diferente.
Vemos atualmente muitos ministérios tornarem o evangelismo num departamento
de marketing. Expressões como metas, público alvo, custo-benefício, estão sendo
costumeiramente usadas no planejamento e execução de uma campanha
evangelística. Devemos ter cuidado com isso, pois a maneira de Deus pensar é
infinitamente diferente da nossa (Is 55:8).
Na história nós temos uma prova de como o evangelismo vai muito além da
maneira de como nós pensamos. Em Roma havia um imperador, conhecido
nosso, chamado Nero. No ano de 64 D.C ele ateou fogo em Roma, destruindo
dois terços da cidade e colocou a culpa em um pequeno grupo religioso, recém
chegado a Roma, que seguia as palavras de um carpinteiro judeu: os cristãos.
Essa perseguição levou à crucificação de Pedro e à decapitação de Paulo, além
de ter levado milhares de cristãos para serem torturados no circo de Nero. Nesse
circo, eles penduravam os cristãos, passavam uma espécie de graxa em seus
corpos e ateavam fogo; tudo isso em público. Caso eles negassem ao Deus dos
cristãos, eles poderiam ir para casa vivos, caso contrário, morreriam. Dizem os
historiadores que quanto mais os cristãos queimavam, mais alto eles louvavam a
Deus. Famílias inteiras morriam louvando a um Deus que os romanos não
conheciam. E, por não conhecerem, o povo romano ficou curioso em conhecer
esse Deus pelo qual as pessoas morriam felizes. Eles estavam espantados e ao
mesmo tempo aterrorizados com esse Deus! Foi a partir daí, após a queda de
Nero, que o povo romano começou a buscar esse Deus cristão chegando ao
ponto de Roma se tornar, praticamente, um império cristão. Nessa história vemos
que não foi apenas pelo falar, mas pela demonstração de amor por Deus, que o
evangelho foi pregado em Roma.
Isso nos mostra que os resultados não pertencem a nós. Não devemos medir a
eficácia do evangelismo vendo se a nossa igreja está cheia ou não. Nosso intuito
é semear a Palavra e os resultados dependem do terreno e do Espírito Santo. É
claro que nosso coração deseja ver nossa igreja cheia, irmãos salvos, cada vez
mais congregações; mas não podemos desanimar se não virmos isso de maneira
rápida.
Se uma pessoa aceita ao Senhor e não vai para nossa igreja, não é sinal de um
evangelismo fracassado e o seu trabalho não foi em vão. Permaneçamos firmes,
sem desanimar, pois o Senhor não desonra nosso trabalho (1Co 15:58). É diante
do Senhor que devemos entregar as nossas obras e é por intermédio dEle que
elas terão efeito. Uma igreja que evangeliza não é cheia simplesmente por causa
do evangelismo, mas por causa da atuação do Senhor. Não devemos colocar
parâmetros na obra, pois é algo que vai muito além de nossos pensamentos.
O resultado deve ser observado pela maneira como as pessoas recebem nossas
palavras. Se elas se comovem, se elas entendem como verdade ou se elas pelo
menos nos dão ouvidos; tudo isso indica que a Palavra do Senhor não voltará
vazia (Is 55:11).
Permaneçamos, portanto, firmes e íntegros na obra, não esperando qualquer
resultado que possa ser visto aos olhos, mas entregando nosso evangelismo nas
mãos do Senhor, conscientes que a nós cabe nos preparar e nos pôr dispostos;
ao Senhor cabe irrigar os campos e fazer a sua Palavra frutificar na vida das
pessoas.